Os stocks Serra do Caramuru e Tapuio (magmatismo Serra do Caramuru), localizados no extremo NE do Domínio Rio Piranhas-Seridó (RN), são representantes do plutonismo ediacarano a cambriano da Província Borborema. Análises químicas de rocha total (elementos maiores e traço, incluindo elementos terras raras) em amostras provenientes principalmente do stock Serra do Caramuru permitiram efetuar a caracterização geoquímica deste magmatismo. Foram identificadas as fácies diorítica, granítica porfirítica, granítica equigranular I e granítica equigranular II, além de diques e sheets graníticos. A fácies diorítica é leucocrática a melanocrática, rica em biotita e hornblenda. As fácies graníticas são hololeucocráticas a leucocráticas, com biotita e eventualmente hornblenda. A variação no conteúdo de óxidos e elementos traço sugere o fracionamento de zircão, apatita, titanita, clinopiroxênio (em dioritos), biotita, hornblenda, allanita, plagioclásio, microclina e granada (em diques tardios). O comportamento de Zr, La e Yb indica que dioritos não constituem o magma parental dos granitos. Por outro lado, as fácies graníticas parecem ser cogenéticas, apresentando trends de diferenciação e espectros de elementos terras raras (ETR) análogos [12,3≤(La/Yb)N≤190,8; Eu/Eu*=0,30-0,68]. O padrão de ETR de diques e sheets graníticos [6,96≤(La/Yb)N≤277,84; Eu/Eu*=0,18-0,58] sugere não cogeneticidade ao magmatismo Serra do Caramuru. A fácies diorítica é metaluminosa, shoshonítica, enquanto os granitos são metaluminosos a ligeiramente peraluminosos, cálcio-alcalinos de alto potássio. Diagramas envolvendo óxidos e elementos traço corroboram um ambiente pós-colisional. Os dados aportados permitem correlacionar o magmatismo Serra do Caramuru ao grupo de granitoides pós-colisionais, cálcio-alcalinos de alto potássio com eventuais associações shoshoníticas, do Domínio Rio Piranhas-Seridó.