No concreto protendido, em razão da aplicação da força de protensão, a região das ancoragens é submetida à elevadas tensões. Ao longo de um trecho, denominado comprimento de regularização, a distribuição dessas tensões não é uniforme, estando a tensão de compressão, atuante na direção longitudinal do elemento estrutural, acompanhada de tensões nas direções transversais. Para resistir aos esforços transversais de tração, faz-se necessário a adoção de armaduras complementares, denominadas armaduras de fretagem, comumente utilizadas na forma de espirais, estribos secundários ou a combinação de ambos. Neste contexto, este trabalho teve como objetivo investigar o comportamento e a distribuição de tensões ao longo do comprimento de regularização de elementos protendidos, avaliando numericamente no software Abaqus® a influência e importância de armaduras de fretagem em tais elementos. Para tanto, foram simulados dois modelos numéricos, VE e VEF, com mesma quantidade de armadura longitudinal e transversal, diferenciando somente pelo fato de o modelo VEF possuir 3 estribos adicionais de fretagem em cada uma das extremidades da viga. No modelo VE o valor da tensão na armadura atingiu a tensão de escoamento do aço, situação indesejável em condições de serviço, enquanto no modelo VEF a tensão foi aproximadamente 20% menor, evidenciando, portanto, a importância de armaduras de fretagem em atendimento à segurança de vigas pós-tracionadas sem aderência.