Introdução: A exposição ocupacional prolongada a componentes tóxicos da gasolina, como o benzeno, há muito tempo e reconhecida como um importante fator de alterações hematológicas. Objetivo: Avaliar a contagem de reticulócitos e suas frações imaturas (IRF) em amostras de trabalhadores de postos de combustíveis (“frentistas”) atendidos em um laboratório particular de Belém, Pará, no período de janeiro a dezembro de 2021. Método: Foram analisadas 47 amostras de sangue periférico de trabalhadores de postos de combustíveis do sexo masculino (grupo do estudo), independentemente do tempo de atividade laboral, e que realizam exames laboratoriais periódicos em um laboratório particular de Belém, e 47 amostras de clientes, também do sexo masculino, que realizaram hemograma de rotina no mesmo laboratório e não apresentavam doença hematológica prévia (grupo controle). Resultados: No grupo controle, 46/47 (97,9%) das amostras apresentavam média de contagem de reticulócitos de 62.828/mm3 e de IRF relativas de 3/47 (6,4%), já nos trabalhadores do grupo de estudo a média de contagem de reticulócitos foi de 100.628/mm3 e de IRF de 5/47 (10,8%). Destas, 34/47 (72,3%) amostras apresentavam contagem de reticulócitos e de IRF superiores aos valores de referência. Conclusão: Os resultados sugerem que o aumento da contagem de reticulócitos e suas IRF em frentistas de postos de combustíveis podem ser importantes marcadores de risco precoce de intoxicação medular pelo benzeno.