O presente estudo apresenta a compreensão das percepções sobre o tema agrotóxico de egressos/as de um curso de Licenciatura do Campo de Ciências da Natureza integrado a Faculdade Intercultural Indígena de uma universidade pública, sem abordar diretamente as questões ambientais e de saúde dos agricultores e suas famílias: intoxicação, câncer, depressão, dentre outras doenças. O material empírico foi constituído a partir de Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) produzidos por estudantes egressos/as do referido curso, como resultado parcial da tese de doutoramento no curso de Pós-Graduação em Ensino de Ciências da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Para a elucidação das compreensões, foi utilizada a metodologia de Análise Textual Discursiva (ATD), sendo possível observar que o baixo grau de escolaridade dos/as agricultores/as interfere tanto na percepção dos riscos quanto no uso dos agrotóxicos. Outrossim, eles/as não utilizam os Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) e, consequentemente, aplicam estes produtos em larga escala, sem conhecimento do grau de toxidez, contribuindo para as práticas de monocultura dentro das atividades do agronegócio. Esse resultado contribuiu para repensar a formação inicial de professores/as do Campo, apoiada na teoria de Paulo Freire, como forma de sensibilização e reflexão crítica quanto aos riscos à exposição de agrotóxicos, a fim de impulsionar práticas sustentáveis agroecológicas e fortalecer o debate da Educação no/do Campo.