O fibroma ossificante (FO) é uma neoplasia fibro-óssea benigna da região craniofacial de origem odontogênica, formado a partir de células mesenquimais multipotentes do ligamento periodontal, as quais são capazes de formar osso, tecido fibroso e cemento. Acredita-se que exodontias prévias, infecções, trauma ou uma perturbação de origem congênita na maturação óssea poderiam servir como fatores predisponentes para o desenvolvimento do FO. Radiograficamente, as lesões de FO iniciais são representadas por uma imagem radiolúcida, unilocular, redonda ou oval, de margem bem circunscrita. No estágio tardio, o componente mineralizado é circundado por uma fina cápsula fibrosa representada por uma linha radiolúcida delgada, que envolve toda a lesão. O objetivo deste trabalho é discutir a abordagem cirúrgica de um FO localizado em região atípica da mandíbula. Relato de caso: paciente leucoderma, 18 anos de idade, sexo feminino, cursando com aumento de volume em região posterior mandibular direita. No exame de imagem, identificou-se uma lesão mista, bem definida, não corticalizada, medindo aproximadamente 3 cm x 2,5 cm. Após realização de biópsia incisional, confirmou-se o diagnóstico de FO. Sendo assim, optou-se pela curetagem acompanhada de uma osteotomia periférica da lesão e reabilitação da região com enxerto ósseo liofilizado, além da instalação de uma placa de reconstrução na base da mandíbula do sistema 2.4 mm. Considerações finais: É necessário ter conhecimento sobre as lesões de aspecto radiográfico misto, que podem fazer diagnóstico diferencial com o FO, para que possa ser realizada uma correta intervenção, visto que para cada lesão há uma abordagem diferente.