Objetivo: Avaliar a eficácia da dacriocistorrinostomia (DCR) externa realizada em crianças. Métodos: O estudo foi retrospectivo, avaliando-se 16 crianças com idade inferior a 10 anos, portadoras de obstrução da via lacrimal e submetidas a DCR externa, no período de 1986 até 2001. Foram avaliadas as características dos portadores, as queixas apresentadas, o exame e o tipo de cirurgia efetuada, assim como o resultado do tratamento. Resultado: A amostra estudada não diferiu quanto ao sexo e faixa etária. A cirurgia mais realizada foi DCR sem o uso de entubação de vias lacrimais (87,5%). 62,5% tiveram resolução da epífora com um único procedimento e 81,0%, com dois. Conclusão: O resultado da DCR externa, quando realizada em crianças, é semelhante ao observado em adultos. A epífora pode ocorrer em crianças, quando, em grande parte, decorre de obstrução do ducto nasolacrimal devido à persistência da membrana de Hasner ou estenose do sistema de drenagem lacrimal abaixo do saco lacrimal (1)(2) .
External dacryocystorhinostomy in childrenO quadro clínico de epífora e secreção pode ter resolução espontânea na grande maioria dos portadores (1) . Quando isso não ocorre, massagens e/ou antibioticoterapia tópica podem ser úteis.No entanto, em poucos casos há persistência dos sintomas e aparecimento de quadros infecciosos, tornando necessário utilizar tratamentos intervencionistas, como a sondagem das vias lacrimais, a entubação, a dilatação intracanalicular usando cateter balão e a dacriocistorrinostomia (DCR) (3)(4) .Quando a sondagem e a entubação não apresentam resultados satisfatórios ou quando há dacriocistite aguda, a DCR pode ser realizada pelas vias externa ou endonasal (2,5) .No entanto, poucos são os relatos enfocando a resolutibilidade da cirurgia quando realizada em crianças.Assim, o objetivo deste estudo é avaliar a eficácia da DCR externa, realizada como tratamento da obstrução de vias lacrimais, em crianças abaixo de 10 anos.
MÉTODOSForam avaliadas retrospectivamente 16 crianças (16 vias lacrimais) com idade inferior a 10 anos, portadoras de obstrução das vias lacrimais e submetidas a DCR externa no Hospital das Clínicas de Botucatu/UNESP, entre os anos de 1986 e 2001.