O objetivo deste artigo foi analisar a dívida externa brasileira a partir dos anos 2000, com foco na vulnerabilidade externa, custos e sustentabilidade. Realizou-se revisão da literatura sobre o tema e fez-se levantamento de dados secundários a partir das estatísticas do Banco Central do Brasil. Foram analisadas variáveis como o investimento internacional líquido, taxa de juros dos títulos públicos, taxa de câmbio, dívida líquida do setor público e custo real da dívida não-monetária. Os resultados mostram que houve redução da vulnerabilidade externa por conta do acúmulo de reservas em moeda estrangeira e pela substituição da dívida pública externa pela interna. Contudo, permanece a condição de vulnerabilidade externa estrutural, em função da necessidade de atração de capital estrangeiro para o equilíbrio no balanço de pagamentos e, por conseguinte, do círculo vicioso gerado entre a política monetária, o resultado fiscal e a redução do crescimento econômico. Houve deterioração da posição de investimento internacional do Brasil, principalmente a partir de 2015, com a desvalorização cambial, o que implica uma elevação dos riscos associados à dívida externa.