<p>O presente artigo se propõe a pensar a relação entre economia e sociedade em tempos de pandemia. O artigo inicia com (I) um diagnóstico crítico-analítico das causas e razões do <em>divórcio entre economia e sociedade</em>, identificando suas origens históricas e, ao mesmo tempo, buscando esclarecer como opera sua lógica na forma do neoliberalismo contemporâneo e como ela está em contradição com a democracia e, mesmo, com os próprios valores liberais. Em seguida (II), refletimos sobre as consequências do divórcio entre economia e sociedade, cujas insustentabilidades geradas serão analisadas tanto no nível macro-estruturante – ambientais, sócio-econômicas e políticas –, como no nível meso- e microssocial – territoriais e subjetivas. Por fim (III), passamos para as “notas propositivas” a favor de uma retomada da relação entre economia e sociedade, onde propomos reformulações conceituais e analíticas aptas para abrir um horizonte de sociedade do pós-bem estar social e também para formular, operacionalmente, um desenho de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento solidário de territórios.</p>