Facelera: Desenvolvendo Habilidades Corporativas, Sociais E Tecnológicas Em Discentes Dos Cursos De Engenharias

Abstract

A formação do engenheiro, com habilidades e competências exigidas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) em vigor, está inserida em um cenário desafiador, cada vez mais, os cursos devem estar atentos às constantes as mudanças tecnológicas e organizacionais. O objetivo desse estudo é apresentar a metodologia de um projeto que possui visão inovadora de formação acadêmica a partir da integração da universidade com empresas e empresários da área das engenharias. O projeto denominado Facelera, permitiu aos discentes a imersão no ambiente profissional, mediante abordagem de assuntos que melhoram suas habilidades de gestão de pessoas e processos, por meio da mentoria de empresários com experiência consolidada no ambiente profissional. Buscando identificar pontos positivos e oportunidades do projeto, realizou-se pesquisa utilizando dois questionários, um aplicado aos estudantes e outro aos facilitadores projeto Facelera. Os resultados obtidos na pesquisa mostram que o projeto teve êxito em desenvolver e/ou aperfeiçoar as habilidades de liderança, gestão, trabalho em equipe e comunicação dos discentes, tanto na visão dos mentores quanto dos acadêmicos. Também foi possível observar que o projeto, somado às adequações das matrizes curriculares e do modo de execução das aulas, pode ser uma opção para as instituições de ensino, melhorarem a formação e sanarem algumas das principais lacunas dos profissionais recém-formados, relacionadas à falta de competências relativas às soft skills, destacando competências comportamentais e de gestão emocional para lidar com situações que envolvam relações interpessoais.

Metodologias Ativas No Ensino Da Engenharia De Produção: Aprendizagem Baseada Em Experiências (Abex)

“…Christo (2019) relata que o modelo de ensino tradicional forma engenheiros capazes de tomar decisões partindo de dois saberes: o de saber modelar e o de saber ler resultados, isso é, muito aquém do perfil de profissional que o mercado almeja. O mercado busca por um profissional não apenas com conhecimento técnico, mas que seja um engenheiro com visão humanista e que se adapte de forma rápida a essas mudanças (CHRISTO, 2019;ZANETTI et al, 2021).…”

“…Portanto, para suprir a lacuna com a qual os recém-formados se deparam quando chegam no mercado de trabalho, os acadêmicos acabam buscando uma formação complementar, pois à formação humanista desses profissionais, geralmente, deu-se menor investimento do que que à formação tecnológica (CZEKSTER; COSTA, 2015). Zanetti et al (2021) alertam que a evasão dos discentes dos cursos de Engenharia pode ser provocada pela falta de uma formação diferenciada, pois a ausência de contato com a realidade profissional e a não vivencia com situações relacionadas com a rotina de um engenheiro fazem com que "o acadêmico não vislumbre as aplicações dos conteúdos que são abordados em seus primeiros semestres" (ZANETTI et al, 2021, p. 29-30).…”