A Inversão Uterina Não-Puerperal (IUNP), embora rara, é uma emergência ginecológica com risco de óbito devido à perda sanguínea, devendo, portanto, ser prontamente reconhecida e tratada. Ela pode decorrer devido a leiomiomas submucosos pediculados que, após necrose ou degeneração do pedículo, estimulam o processo inflamatório do endométrio, culminando em contrações que expelem o tumor pelo canal vaginal, recebendo, assim, o nome de leiomioma parido. Neste contexto, visa-se responder: quais os procedimentos devem ser realizados e qual o melhor tratamento para os casos de Inversão Uterina Não-Puerperal? Desta forma, objetivou-se descrever o desfecho clínico e ginecológico de uma mulher com IUNP causada por leiomioma parido em uma maternidade do extremo norte do Brasil. Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de caso, a partir de dados de uma mulher diagnosticada com inversão uterina secundária a leiomioma parido. A pesquisa foi realizada na cidade de Macapá, capital do Amapá. As coletas de dados ocorreram no Hospital da Mulher Mãe Luzia, por meio de prontuário e questionário aplicado à participante. Realizou-se análise descritiva, por meio de tabelas de frequência, medidas numéricas e registros fotográficos da condição. Foram verificadas as condições sociodemográficas, clínicas, ginecológicas e resultados de exames de imagens e laboratoriais. Como resultados, descreveu-se a situação clínica e ginecológica de um caso raro de inversão uterina causado por leiomioma parido. A paciente, 49 anos, multípara, sem comorbidades, foi admitida em serviço de emergência por hemorragia transvaginal profusa e sinais de hipovolemia. Constatou-se inversão uterina por leiomioma, parte da massa foi seccionada via vaginal e prosseguiu-se com intervenção cirúrgica através de histerectomia total. Por fim, concluiu-se que a inversão uterina não puerperal é uma emergência ginecológica rara. Contudo, exige do profissional de saúde decisões clínicas desafiadoras e a demora na sua identificação e tratamento podem acarretar consequências fatais à paciente, devido a quadros hemorrágicos. O tratamento consiste em medidas que buscam a realocação uterina e, inicialmente, a preservação da fertilidade da paciente, no entanto, em determinados casos, a histerectomia parcial ou total são as melhores opções para estabilização do quadro.