Introdução: E reservado a todo brasileiro com câncer, pela Lei dos 60 Dias, o direito de começar o tratamento em até dois meses. Todavia, estudos anteriores apontam a dificuldade dos pacientes em fazer valer essa normativa ao esbarrarem em problemáticas macroestruturais dos sistemas de saúde. Objetivo: Avaliar a influência de fatores demográficos e relacionados a neoplasia sobre o tempo para início do tratamento oncológico no Brasil. Método: Estudo seccional, desenvolvido com dados oriundos do PAINEL-Oncologia, uma base publica nacional, alimentada por diversas fontes de informação do Sistema Único de Saúde. Como variáveis de interesse, elegeram-se: a) tempo de tratamento; b) sexo; c) idade; d) diagnostico; e) estadiamento; f) modalidade terapêutica. Então, foi analisado o tempo transcorrido entre o diagnóstico e o início do tratamento oncológico. Resultados: Percebeu-se aumento exponencial, ao longo dos anos, da proporção de casos tratados oportunamente, isto e, em até 60 dias, como regulamenta a Lei. Entretanto, ainda e considerável a prevalência de atrasos no início do tratamento, sobretudo entre indivíduos idosos, do sexo masculino, com canceres em estádios menos avançados e que precisaram de radioterapia como primeira modalidade terapêutica. Além disso, o tempo de espera foi especialmente maior para os canceres de órgãos genitais masculinos, de cabeça e pescoço e de mama. Conclusão: Alguns fatores demográficos e relacionados a neoplasia estão envolvidos no atraso do início da terapia oncológica.