Fake News, infodemia e mídias sociais da hesitação vacinal às baixas coberturas

Abstract

A evolução da Internet e a acessibilidade cada vez maior às redes sociais permitem que todos possam criar e divulgar informações. Nesse processo de democratização da informação um termo chama atenção fake news -na tradução livre da expressão em inglês notícias falsas -tem gerado um impacto maior na sociedade nos últimos tempos (1) . Para os autores, Allcott e Gentzkow (2) o termo fake news é definido como um artigo noticioso produzido para ser intencionalmente falso e apto a ser verificado como tal, podendo, portanto, enganar os leitores que tiverem contato com esse material. Como exemplos desta definição têm-se as histórias fabricadas, notícias falsas e boatos, que não são novidades no meio comunicacional. Vale destacar, que esse tipo de fenômeno é registrado desde o Império Romano até os dias atuais, dando forças após o surgimento e popularização da Internet (3) . O fato é que as notícias falsas ou boatos fabricados com intencionalidade de desinformar tornam-se um grande problema quando são impulsionadas, por bots ou algoritmos que conseguem alcançar muitas pessoas e torna a disseminação desse conteúdo "viral" (4) .Nesse contexto, o termo que tem sido destaque na pandemia da COVID-19 é a "infodemia". O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus (5) afirmou em seu discurso na Conferência de Segurança de Munique 2020 que "nós não estamos apenas lutando contra a pandemia, nós estamos lutando contra uma infodemia". De fato, o termo deriva de infodemiologia, cunhado por Gunther Eysenbach em 2002 e refere-se a informações sobre determinantes de saúde e políticas públicas nas populações (6) . No entanto, o termo infodemia está associado ao grande volume de informações de um determinado assunto, pouco confiável e com potencial para se multiplicar exponencialmente. Nessa situação, surgem rumores e desinformação, além da manipulação de informações com intenção duvidosa. Na era da informação, esse fenômeno é amplificado pelas