Falhas na anestesia subaracnóidea

Investigações de queixas técnicas decorrentes de falhas na anestesia

“…Muitos fatores podem afetar a efetividade dos anestésicos locais, sejam eles relacionados com as características do medicamento (parâmetros de qualidade, concentração, densidade), a própria técnica de injeção (dosagem, volume, local de punção, direção da agulha, velocidade de injeção) e/ou as características do paciente (sexo, idade, peso, anatomia, posição), conforme o objetivo da cirurgia (SOUSA, 1992;PRAXEDES;FILHO, 2010).…”

“…A dose é o fator preponderante para garantir a distribuição do anestésico, obter a extensão do bloqueio e proporcionar o efeito desejado. A concentração da solução é importante para a qualidade do bloqueio, enquanto que variar o volume pouco interfere na extensão (SOUSA, 1992;PRAXEDES;FILHO, 2010). Verificamos que os produtos cumpriram com os requisitos que podem impactar na dosagem do anestésico, isto é, o teor de fármaco nas soluções (concentração) e o volume acondicionado nas ampolas.…”

“…A associação de fármacos adjuvantes na anestesia tais como morfina, fentanil, sufentanil ou clonidina, os quais são úteis para prolongar a analgesia pós-operatória, pode alterar a densidade das soluções de anestésicos, embora na prática clínica o impacto na dispersão do anestésico seja mínimo (IMBELLONI et al, 2009). Por outro lado, há autores que afirmam que alterações na baricidade resultantes da associação de adrenalina podem influenciar mais as falhas na anestesia do que o próprio anestésico isoladamente (PRAXEDES; FILHO, 2010).…”

“…Os anestésicos locais são fármacos que inibem o influxo de íons sódio através das membranas neuronais, interrompendo de maneira reversível a condução dos impulsos nervosos (ANVISA, 2007a;BECKER;REED, 2012). As principais classes destes medicamentos são os aminoésteres, tais como a procaína, a cloroprocaína e a tetracaína, e as aminoamidas, mais recentes na terapêutica, tais como a lidocaína (Figura 1A), a prilocaína, a bupivacaína (Figura 1B), a levobupivacaína e a ropivacaína (PRAXEDES; FILHO, 2010).…”

“…Na raquianestesia considera-se falha sempre que é necessária a conversão da técnica regional para anestesia geral após a confirmação do anestésico no refluxo liquórico, a fim de realizar o procedimento sem dor ao paciente. Esta conduta poderá ser adotada independentemente do tipo de falha, isto é, falha total de bloqueio, bloqueio incompleto ou bloqueio em nível insuficiente (PRAXEDES; FILHO, 2010).…”