Para os/as investigadores/as académicos/as, a Europa é parte do trabalho : a sua mobilidade intraeuropeia aumentou nas últimas décadas e a internacionalização é a palavra-chave para suas carreiras. Por outro lado, a mobilidade intraeuropeia também traz dificuldades : casais que vivem separados, redução de empregos permanentes, frequentes deslocalizações, problemas no acesso aos sistemas de segurança social locais e o pesadelo de organizar um regime de pensões. Ou seja, a Ryanair vem com o trabalho, também. Neste artigo, vamos discutir em primeiro lugar a mobilidade intraeuropeia e académica em um contexto de crescente incerteza no trabalho. Em seguida, utilizamos um banco de dados originais de entrevistas em profundidade dirigidas aos investigadores que experimentaram mobilidade intraeuropeia, para explorar as suas narrativas e autorrepresentações. Finalmente, discutimos as implicações para o discurso de "fuga de cérebros/ circulação de cérebros" e a literatura sobre mobilidade.