O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é caracterizado como um transtorno do neurodesenvolvimento com predomínio de sintomas de desatenção, impulsividade e hiperatividade, e este termo tem substituído a denominação “síndrome hipercinética”. Estima-se que sua prevalência mundial seja de cerca de 7,2%. Este trabalho tem como objetivo analisar o perfil epidemiológico das crianças diagnosticadas com TDAH no ano de 2022 no Brasil. O estudo utilizou um desenho epidemiológico, observacional e transversal com dados extraídos do Sistema de Informações Ambulatoriais do Brasil, abrangendo crianças com o diagnóstico de TDAH em 2022. Foram incluídas variáveis como mês de atendimento, unidade federativa, faixa etária, raça, sexo, entre outras. Para análise dos dados, foram empregados testes estatísticos como o qui-quadrado e teste t para comparar médias, utilizando o software R. Durante o ano de 2022, foram registrados 229.872 atendimentos ambulatoriais de crianças com diagnóstico de TDAH. Observou-se maior número de procedimentos no segundo semestre do ano, com variações mensais significativas. A distribuição dos atendimentos por local mostrou uma predominância de clínicas especializadas (88,46%), com menores índices em unidades básicas de saúde e CAPS. A análise regional indicou maior prevalência de TDAH no Nordeste e menor no Norte do Brasil. A faixa etária mais afetada foi a de 5 a 9 anos, e houve predominância do sexo masculino em todos os diagnósticos específicos de TDAH. Conforme os resultados obtidos, há uma desigualdade na detecção e tratamento do TDAH, principalmente entre os sexos e regiões analisadas. Além disso, há uma complexidade do diagnóstico, necessitando de atendimento em clínicas especializadas. Por fim, a faixa etária mais prevalente foi a idade escolar, destacando a escola como um dos focos do rastreio do transtorno.