RESUMO -O presente trabalho teve como objetivo avaliar a extração do óleo da amêndoa da macaúba utilizando CO 2 supercrítico como solvente. Nos experimentos adotou-se um planejamento experimental 2 3 para avaliar o efeito da temperatura (40 a 80 ºC) e pressão (180 a 220 bar) no rendimento da extração, com vazão constante de solvente em 3 mL min -1 e tempo total de extração de 200 minutos. A modelagem matemática da cinética de extração foi realizada empregando o modelo de Sovová, o qual se ajustou adequadamente aos dados experimentais. As variáveis temperatura e pressão apresentaram efeito significativo (p>0,05) no rendimento. Com o aumento da pressão ocorre o aumento do rendimento devido aos maiores valores densidade do CO 2 , sendo que o aumento da temperatura reduz a densidade do solvente e ocasiona redução no rendimento da extração. A condição experimental de 40 ºC e 220 bar forneceu rendimentos de ~42% em óleo, sendo que esta condição apresentou >93% do rendimento obtido pelo método convencional com nhexano e diclorometeno como solvente e corresponde a condição que apresentou maior solubilidade do óleo no CO 2 .
INTRODUÇÃOA palmeira da macaúba é uma importante fonte de recursos, os quais são utilizados como combustíveis, medicamentos caseiros, na cobertura das casas ou confecção de utensílios e adornos domésticos, e em alguns casos como matéria-prima para as indústrias locais (Lorenzi e Negrelle, 2006; Ciconini et al., 2013). Entretanto, o produto economicamente mais expressivo desta palmeira é o fruto, principalmente devido aos óleos que produz que representa cerca de 30% de cada fruto. Seu potencial oleaginoso se compara ou supera o potencial das plantas mais produtivas (Lorenzi e Negrelle, 2006; Ciconini et al., 2013). Na extração de óleos vegetais por solventes orgânicos, normalmente, se utiliza o Soxhlet, sendo que o solvente comumente utilizado é o n-hexano, o qual figura como um recurso não renovável, com elevada inflamabilidade e toxicidade (Merck, 2006). Este método ocasiona a produção de resíduos indesejáveis, requer a remoção do solvente no final do processo de extração, gerando impacto ambiental, alto custo e tempo de processamento. Além do que, a alta temperatura para remoção do solvente remanescente no extrato, pode afetar a qualidade organoléptica do material (Oetterer, et al., 2006). Nos últimos anos tem se enfatizado ligação entre a gestão da tecnologia e a do meio ambiente nas empresas, com o Área temática: Engenharia das Separações e Termodinâmica 1