A fumaça do tabaco no ambiente doméstico é o principal irritante do trato respiratório de crianças. Avaliaram-se os fatores associados aos sintomas e às enfermidades respiratórias, assim como a principal fonte de exposição ao tabagismo no domicílio de 2.037 crianças menores de cinco anos atendidas para vacinação em 10 dos 38 postos de saúde de Cuiabá, Mato Grosso, Brasil (aproximadamente duzentas crianças por posto). Exposição ao tabagismo, a morbidade respiratória e as características sócio-demográficas foram obtidas por entrevista com o responsável pela criança. A prevalência de sintomáticos respiratórios foi de 59,9%, sendo maior para os que convivem com fumantes. A asma/bronquite foi a patologia que esteve mais fortemente associada com o tabagismo, sendo as variáveis que permaneceram associadas em modelo logístico hierarquizado: nível socioeconômico (OR = 2,93; IC95%: 1,57-5,45), escolaridade (OR = 1,46; IC95%: 1,08-1,98) e ocupação da mãe (OR = 1,68; IC95%: 1,04-2,74), distrito sanitário (RP = 1,47; IC95%: 1,06-2,02), faixa etária (OR = 3,38; IC95%: 2,31-4,95) e sexo da criança (OR = 1,46; IC95%: 1,09-1,94), aleitamento natural (OR = 1,66; IC95%: 1,15-2,40) e tabagismo dos moradores (OR = 1,58; IC95%: 1,18-2,11). Crianças pertencentes aos níveis socioeconômicos mais baixos e expostas ao tabagismo dos moradores do domicílio apresentam maior associação com a doença respiratória.