Fatores associados a quedas em idosos: inquérito domiciliar

Abstract

Objetivo: Identificar a prevalência de quedas e fatores associados em idosos no ambiente domiciliar. Métodos: Estudo transversal quantitativo, tipo inquérito domiciliar, observacional e analítico, realizado com 212 idosos atendidos em uma Unidade de Atenção Primária, em Fortaleza, Ceará, que relacionou aspectos demográficos, sociais e clínicos correspondendo ao autorrelato de quedas nos últimos 12 meses. A análise descritiva foi realizada por meio de frequências absolutas e percentuais. A análise inferencial ocorreu no modelo não ajustado para teste da associação entre o desfecho (ocorrência de quedas) e as variáveis associativas por meio do teste do qui-quadrado de Wald, considerando p<0,20 como critério de entrada, e, no modelo ajustado, utilizou-se a regressão de Poisson, considerando-se p<0,05. Resultados: A prevalência de quedas foi de 63,7%, com predomínio em pessoas na faixa etária entre 60 e 79 anos de idade (63,7%), do sexo feminino (53,8%), que usavam tapetes no domicílio (66,5%) e apresentavam duas ou mais comorbidades (41,5%). Sua ocorrência foi associada ao sexo feminino (RP=1,96; p<0,03), com histórico de duas ou mais comorbidades (RP=0,407; p<0,04) e episódios que envolveram tapetes (RP=1,975; p<0,03). Conclusão: Encontrou-se elevada prevalência de quedas nos idosos investigados. A identificação dos fatores, a prevenção de comorbidades e a remoção de acessórios escorregadios nos domicílios constituem mudanças que podem ser estimuladas pela abordagem dos profissionais de saúde.

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“…A insegurança e a dificuldade de entrar e sair da área de banho também apresentou significância, resultado que vai ao encontro de estudos, revelando que apenas 10,0% das pessoas idosas que utilizavam a banheira, possuíam barras de apoio laterais (OLIVEIRA; BAIXINHO; HENRIQUES, 2018).Apesar do banheiro ser considerado um local com grande ocorrência de quedas, a ausência de instalação de barras de apoio pode alcançar 97,2% dos domicílios avaliados (OLIVEIRA et al, 2021), condição semelhante ao observado no presente estudo.…”

“…A partir da identificação do problema, um plano de ação fez-se necessário visando à redução dos riscos (MONTEIRO et al, 2020). Dessa maneira, a ferramenta 5W2H auxilia na identificação das causas dos problemas e contribui para uma implementação precisa das ações sobre os objetivos traçados (OLIVEIRA et al, 2021).…”

“…As quedas ocorrem em 1 a cada 3 pessoas idosas, ao menos uma vez ao ano (CRUZ; LEITE, 2018), 60 a 70% destas quedas são sofridas em ambiente domiciliar (OLIVEIRA et al, 2021). Os acidentes por quedas tem caráter multifatorial, dispondo de fatores de risco intrínsecos ao indivíduo por alterações fisiológicas e de fatores extrínsecos, relacionados ao ambiente e a comportamentos de risco aos que a pessoa idosa se expõe, como subir em escadas dobráveis e sem proteção, não utilizar iluminação noturna e usar calçados inadequados (FIORITTO;LEITE, 2020;PEREIRA et al, 2017).…”

Interactive gerontechnology for fall prevention in the elderly: a descriptive study

“…Accidents due to falls are one of the principal causes of hospitalization and deaths and contribute to the worsening of the health conditions of the elderly population ( 1 ) . Falls are caused by the unintentional displacement of the body during movement when there is no support and are determined by multifactorial circumstances that compromise stability ( 2 - 3 ) . The factors that predispose to its occurrence comprise intrinsic conditions (a natural or pathological process of aging ( 4 ) and extrinsic factors, such as the environment where the elderly move, which is the most frequent cause of falls ( 2 , 5 ) .…”

Custos das autorizações de internação hospitalar por quedas de idosos no Sistema Único de Saúde, Brasil, 2000-2020: um estudo descritivo

“…No Brasil, 22,5% dos óbitos de idosos ocorridos no período de 1996 a 2005 decorreram de quedas. 2,4,5 O domicílio é considerado pelo idoso um local seguro, dada a familiaridade e conhecimento do local, e talvez, por esse motivo também, torne-se um ambiente de risco, devido à autoconfiança no deslocamento e realização de atividades rotineiras, e inadequações do ambiente e mobiliário, como presença de tapetes não fixados, obstáculos físicos e ausência de barras de apoio nos banheiros. Somam-se a esses fatores as alterações fisiológicas decorrentes do processo de envelhecimento.…”