Fatores associados à violência escolar com adolescentes: uma revisão integrativa

Abstract

Uma vez que violência escolar é definida como um fenômeno multicausal, que envolve fatores sociais, econômicos, culturais, geográficos e históricos, objetivou-se nesse estudo verificar as evidências disponíveis na literatura sobre os fatores associados à violência escolar envolvendo adolescentes. Para a síntese do conhecimento foi empregada a revisão integrativa da literatura, nas bases de dados da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (Medline/PUBMED), Web of Science e Scopus, onde foi totalizado 21 artigos no recorte temporal de 2014 a 2018 e submetidos à análise a partir de categorias temáticas. Emergiram oito categorias associadas à violência escolar/bullying: 1) o perfil sóciodemográfico dos envolvidos na violência escolar, 2) a influência das relações interpessoais, 3) os sentimentos com a escola e o corpo escolar, 4) as formas da violência perpetrada, 5) os fatores protetivos para violência escolar, 6) os fatores de risco para violência escolar, 7) as principais causas da vitimização e 8) as consequências reais do cyberbullying. Adolescentes que crescem e se desenvolvem em ambientes de extrema desigualdade social e vulnerabilidades, com exposição a situações de violência, tendem a apreenderem uma concepção de normalização da violência, de modo a reproduzir esse comportamento diante de situações de conflito, evidenciando que não somente fatores intrínsecos à escola estariam diretamente ligados, como também uma inter-relação com situações de violência instituídas no contexto familiar e /ou comunitários. Como principais medidas protetivas destaca-se a promoção da autoestima, da autonomia e do empoderamento do adolescente.

Percepção de professores acerca do bullying na escola: implicações para a prática de enfermagem

“…O termo bullying refere-se a uma forma de comportamento agressivo e violento dentro da escola (Oliveira et al, 2015;Martire et al, 2021;Farias et al, 2022). É o tipo de violência escolar mais frequente entre estudantes, e compreende atitudes agressivas, intencionais e repetidas adotadas por um ou mais estudantes contra outro (Martire et al, 2021;Harth et al, 2022).…”

“…O intuito é o mesmo do Bullying só mudam os meios pelo qual a violência é perpetuada (Dourado 2011). A internet se torna eficaz na prática do Bullying indireto, pois propaga e dissemina com rapidez e dimensões incalculáveis comentários e boatos cruéis sobre uma pessoa de forma publica (Chalita, 2008;Farias et al, 2022;Silva Júnior et al, 2022). Research, Society and Development, v. 11, n. 16, e591111638564, 2022 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v11i16.38564…”

“…O Bullying pode apresentar-se como uma grosseria em que, quem o pratica, ressalta um defeito, características físicas ou pessoais da vítima. As vítimas chamam a atenção e incomodam o agressor pelo simples fato de terem hábitos, comportamentos, estilos e sotaques diferentes, por não se enquadrarem em um padrão de beleza estipulado pela sociedade, onde algumas pessoas não se importam, porém boa parte vira escrava e outra sofre o preconceito (Dourado, 2011;Farias et al, 2022;Harth et al, 2022).…”

“…Pereira et al (2011) traz que a escola deve ter um olhar diferenciado e destinado para um projeto-político-pedagógico que priorize o trabalho do fenômeno Bullying dentro da escola. É preciso reconhecer a existência do Bullying, através de uma visão ampliada, permitindo assim, ações intersetoriais nas escolas (Ioshinaga, 2015;Farias et al, 2022).…”

“…Desta forma, as conseqüências do bullying podem ser incalculáveis, porém dependem de cada indivíduo, da estrutura, da vivência, da intensidade das agressões, porém verifica-se que todas as vítimas desse tipo de violência, irão sofrer e carregar marcas que podem durar por toda a vida adulta. Ser vítima do bullying provoca sentimentos intensos de medo e vergonha, aumenta a vulnerabilidade, baixa a autoestima e leva à ansiedade, à depressão e a sensações de impotência que costumam aumentar a vitimização (Lima, 2011;Costa et al, 2021;Farias et al, 2022).…”