Fatores comportamentais de tutores influenciam a obesidade canina

Abstract

A obesidade canina é um problema cada vez maior na medicina veterinária. Os donos de cães têm total manipulação do estilo de vida de seus animais visto que podem controlar a quantidade e qualidade de alimento que seus cães ingerem e o nível de atividade física com passeios e brincadeiras. Neste contexto, objetivou-se pesquisar os fatores comportamentais de tutores correlacionados com a obesidade canina, e como os tutores tem influência no estilo de vida de seus cães de estimação. Assim, pesquisas bibliográficas foram realizadas para identificar estudos recentes relacionados a obesidade canina, na base de dados do Pubmed e Google Acadêmico e estes dados foram correlacionados com um levantamento realizado com 235 tutores de diversas regiões do Brasil. Os resultados demonstraram correlação negativa de 28,75% (p<0.0001) entre a prática de exercício físico do tutor e o hábito de consumo de alimentos “fast food” e 42,69% (p<0.0001) entre o hábito de compartilhar comida ao tipo de alimento oferecido ao pet, revelando que os tutores que ofereciam somente comida comercial para cães (ração, sachês...) também não tinham o hábito de compartilhar sua comida com o animal. Por outro lado, observou-se correlação positiva 22,32% (p<0.0001) entre a baixa frequência de passeios e a oferta de petiscos, e 29,90% (p= 0.0006) entre o hábito de compartilhar comida com o Pet e a oferta de petisco, confirmando os maus hábitos dos tutores que além de compartilharem comida com os cães também oferecem petiscos aos mesmos. Uma vez que tutores de cães possuem maus hábitos alimentares e sedentarismo, a tendência é compartilharem o mesmo ambiente com seus animais de estimação. Portanto, a educação do proprietário sobre os riscos à saúde associados a um cão com sobrepeso ou obesidade é essencial, visto que muitos tutores não reconhecem a obesidade de seus animais.