A presente pesquisa teve por objetivo analisar o reflexo do grau de rigidez dos custos dos produtos vendidos (CPV) na política de pagamento de dividendos das companhias brasileiras não financeiras de capital aberto, no período de 2005 a 2019. O estudo parte da possibilidade de existir rigidez nos ajustes dos custos dos produtos para as empresas que podem não acompanhar as variações nas receitas, inclusive diante de um cenário de diminuição no nível de atividade, comprometendo o resultado e suas destinações, como o pagamento de dividendos. A partir da validação da existência de rigidez no comportamento dos custos na amostra selecionada, por intermédio de um modelo regressivo, adotou-se uma proxy de intensidade dos ativos para mensurar o grau de rigidez e seu reflexo no pagamento de dividendos, utilizando a técnica de dados em painel de efeitos fixos. Como resultado, foram obtidos indícios de que o CPV varia em 0,96% para aumento de 1% na Receita Líquida de Vendas, enquanto diminui apenas 0,89% no inverso. Já um aumento no grau de rigidez dos custos reflete uma diminuição de 0,50 nos dividendos pagos, que também são impactados negativamente pela alavancagem financeira e positivamente pelos fluxos de caixa operacionais, de acordo com os dados da pesquisa. Assim, o estudo inferiu que entidades com maior grau de rigidez na estrutura dos custos tendem a pagar um nível menor de dividendos.