Fatores determinantes da saúde mental das mães de crianças com Transtorno do Espectro Autista

Abstract

Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) têm como característica principal déficits sociocomunicativos, necessitando, dependendo do grau, de um acompanhante para um suporte intenso e em tempo integral que, geralmente, vem da sua mãe biológica. Em decorrência dos comportamentos ansiosos, hiperativos, déficits de adaptação, déficits de comunicação e interação do autista há prejuízos no seu desenvolvimento, comunicação e socialização, além de interferir na rotina da família e, principalmente, na saúde mental e física da mãe. O recebimento do diagnóstico pode ser um alívio ou um sofrimento, gerando repercussões negativas ou positivas na percepção materna. Essas mulheres passam por um processo de aceitação do diagnóstico e da condição dos seus filhos. As críticas negativas, exclusão social, regras de gênero e sobrecarga de deveres favorecem o surgimento de acometimentos psiquiátricos na mãe de filho com TEA. Além do próprio transtorno, comorbidades frequentes também dificultam o manejo dessas crianças pela progenitora. Dependendo do significado dado ao diagnóstico do seu filho, as cuidadoras podem ter diversas formas de lidar com a vivência diária, mas sabe-se que isso interfere diretamente na saúde de suas mentes. Deve ser ressaltada a importância dos profissionais de saúde para nortear essas mães, uma vez que elas os vêem como autoridades de informação e se baseiam nos dados informados para tomada de decisão. Eles fazem parte das formas de apoio fornecidas e percebidas pelas mulheres que exercem a maternidade de filhos com o transtorno. A forma, tipo, qualidade e intimidade envolvidos no apoio são significativos para a percepção do suporte pela mãe. São necessários mais estudos para entender melhor a situação dessas mães no Brasil e no mundo, pois a literatura nacional é escassa. Dessa forma será possível cuidar de quem cuida.

Autismo Infantil: Impacto Do Diagnóstico E Repercussões Na Saúde Mental Dos Pais

“…Isso reforça a ideia de que todas as mulheres nascem com um instinto materno, enquanto os pais são vistos como os principais provedores financeiros, contribuindo de forma secundária nos cuidados com as crianças. Portanto, essa imposição posta as mães, torna-se um fardo por sentissem incapacitadas em atender as expectativas impostas pela sociedade no cuidado com os filhos (16) .…”

“…Para da Silva Sousa, a rede de apoio é essencial para o alivio das demandas encarregadas as mães de crianças atípicas no dia a dia, reduzindo um pouco os episódios de estresse vivido por elas (21) .Essa sobrecarga experimentada pelas mulheres que assumem sozinhas a responsabilidade integral pelos cuidados dos filhos acarreta privações em suas vidas pessoais, profissionais e sociais, tornando-as mais susceptíveis ao surgimento de problemas de saúde.Entre eles, o mais destacado são os transtornos psicológicos, com ênfase na depressão, que é desencadeado devido aos elevados níveis de estresse pela ausência de uma rede de apoio (16,17) .…”

A maternidade e os desafios nos cuidados da criança com espectro autista sob o olhar da enfermagem

“…Quando a assistência de enfermagem é aplicada de forma sistematizada, pode ajudar a melhorar os problemas enfrentados pelas mães e seus familiares. O cuidado de enfermagem estabelece vínculos significativos, sendo uma ferramenta positiva para atividades de promoção, prevenção e proteção da saúde (SILVA et al, 2024).…”