O presente estudo pretende discutir o atual modelo de formação dos profissionais da saúde envolvidos no processo de orientação e suporte à dupla em lactação. Em decorrência do ensino frequentemente pautado no modelo flexneriano, a atual prática de aconselhamento materno em lactação reflete o padrão clínico/biológico/biomédico, em que prevalece uma posição autoritária, unidisciplinar e tecnicista, com intenso uso de aparatos que fazem a indústria e o próprio profissional de suporte lucrarem com a doença. A relação profissional-paciente, quando se dá de forma vertical, inviabiliza a humanização e o acolhimento, dificulta o aconselhamento e, consequentemente, prejudica a adesão e a manutenção do aleitamento materno. Para a concepção deste texto, foi realizada uma revisão integrativa da literatura científica, nos últimos vinte anos, no que concerne ao tema supracitado. Debate-se aqui, principalmente, a importância e necessidade de aprimorar as habilidades de comunicação dos profissionais de saúde envolvidos na assessoria materno-infantil, reformulando as suas diretrizes de capacitação, por meio, sobretudo, da implementação de metodologias ativas, para, assim, de fato promover avanços no âmbito da saúde coletiva e no estabelecimento do bem-estar social, mediante a ascensão das taxas de aleitamento materno no Brasil.