A partir da tese de doutorado defendida pela primeira autora, o presente artigo tem como objetivo analisar, na perspectiva dos professores, como as ações de inclusão se articulam com processos de resiliência para adolescentes e jovens da educação especial que frequentam ensino médio /técnico e superior. A pesquisa de campo foi realizada por meio de estudo de caso, conduzida em seis campi de uma instituição de ensino federal do estado do Paraná. Analisaram-se, sob a perspectiva dos professores, as ações de inclusão presentes na vida escolar dos alunos em articulação com processos de resiliência. Participaram do estudo 14 professores da educação especial que apresentaram processos de resiliência. Assim, a partir de uma abordagem socioecológica de resiliência, entrevistaram-se professores na proposta das sete tensões para resolução das adversidades. Os resultados apontaram que as ações voltadas para a inclusão dos alunos, na sua maioria, se desenvolviam por iniciativa própria dos professores e da equipe pedagógica, dentre as quais: atendimento acadêmico e acompanhamento pedagógico oferecidos individualmente, desenvolvimento de recursos didáticos e pedagógicos, garantia da acessibilidade, reconhecimento das potencialidades dos alunos e incentivo à sua participação em diversas atividades escolares. Constatou-se que tais ações estavam favorecendo processos de resiliência, associadas a quatro tensões – Identidade, Acesso a Recursos Materiais, Coesão e Relacionamentos – todos atuando como fatores protetivos para os alunos da educação especial inseridos nos níveis médio e superior. Além das ações individuais promovidas pelos docentes e equipe pedagógica, os processos de resiliência poderiam ser mobilizados em um maior número de estudantes da educação especial, com o comprometimento maior da instituição, através da implantação e desenvolvimento do Núcleo de Apoio às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (NAPNE) e do Atendimento Educacional Especializado (AEE), seguindo as determinações legais.