Considerando os impactos ambientais causados pela extração de bauxita, decorre a obrigação legal de adoção Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD), o qual deve ser planejado na fase anterior ao início da operação. O objetivo da recuperação é aproximar, tanto quanto possível, a área degradada dos parâmetros observados anteriormente ao desenvolvimento da atividade. A revegetação consiste em etapa obrigatória do PRAD, embora a legislação não estabeleça os procedimentos exatos para sua realização. Assim, a tentativa de redução de custos e a falta de planejamento e conhecimento podem prejudicar sua efetividade. Nesse sentido, o objetivo do presente trabalho foi identificar as estratégias de revegetação adotadas pelas empresas minerárias atuantes na região de Divinolândia-SP e seus impactos na biodiversidade. A metodologia adotada consistiu na definição de polígono, correspondendo a 60% da área afetada pela extração de bauxita, identificando-se 10 (dez) frentes abandonadas de mineração onde ocorreu revegetação. Em 90% dessas áreas, a revegetação ocorreu através da monocultura de eucalipto. Tendo em vista a estratégia adotada, foi possível verificar que o eucalipto pode ser capaz de afetar a disponibilidade de água dos lenções freáticos; interceptar menor quantidade de água da chuva que as formações nativas; possui efeitos alelopáticos sobre outras espécies da flora e, em muitos casos, não oferece hábitat ou alimentação adequadas para a fauna nativa da região. Nesse sentido, o presente trabalho concluiu que o plantio de eucalipto pode representar ameaças à biodiversidade local, sobretudo se não adotadas estratégias consistentes de monitoramento ambiental.