“…Nesse sentido, pensando que vida é menos propriedade do que relação (Rabelo, 2015), que há certa concretude da/na religiosidade afro-brasileira (Anjos, 2006) e que os fluxos de energias são forças que perpassam as coisas (Marques, 2018), pode-se dizer que, no que concerne à homenagem em questão, os Barquinhos de Iemanjá são materialidades feitas e que fazem, bem como evocam e presenciam as entidades, conduzindo, assim, axés. Para tornar isso possível, tal como apresentado, precisa-se de corpos seguindo preceitos religiosos desde o início dos preparos; dos ensinamentos na/da comunidade-terreiro; da seriedade no momento de montar um arranjo; do silêncio e da atenção para o preparo dos barcos; dos distintos elementos em azul e branco e, inclusive, de uma atenção aos fazeres na finalização dos Barquinhos, pois se está fazendo vida.…”