A colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) é uma importante ferramenta diagnóstica e terapêutica empregada na abordagem de doenças hepatobiliares e pancreáticas. A pancreatite pós-CPRE é a complicação mais comum desse procedimento. Avaliamos os resultados dos procedimentos de pacientes submetidos à CPRE em um serviço de referência do SUS, determinando a taxa de sucesso, perfil epidemiológico e frequência de complicações. Estudo retrospectivo e transversal realizado no período de Agosto de 2019 a Dezembro de 2020, com amostra final de 217 pacientes. As informações foram colhidas do banco de dados do serviço de Endoscopia da Santa Casa de Maceió, foi utilizado questionário semiestruturado, contendo idade, sexo e dados referentes a CPRE: indicação do procedimento, taxa de sucesso, além das complicações. A descrição dos dados obtidos foi apresentada por meio de estatística descritiva. Observamos predomínio do sexo feminino (70,5%), com média de idade 53,9 anos. Todos os procedimentos foram terapêuticos e a coledocolitíase representou a principal indicação (76,4%). Os procedimentos mais realizados foram: canulação biliar para retirada de cálculo (62,2%), passagem de endoprótese biliar (19,8%) e retirada de prótese biliar (10,5%). A taxa de sucesso do procedimento foi de 92,6%, as complicações ocorreram em 6,45%, sendo a principal delas a pancreatite aguda em 3,7%. O estudo demonstrou que a principal indicação para a realização da CPRE foi desobstrução biliar por cálculo. A taxa de sucesso observada do procedimento foi 92,6%. As complicações após CPRE foram pouco frequentes (6,45%), sendo a de maior frequência a pancreatite aguda, com incidência de 3,7%.