O sistema capitalista gira na órbita da exploração, mais-valia e a partir de todas as faces das violências que se expressam no cotidiano. A condição feminina sofre com a discriminação, o preconceito e a opressão, elementos que condicionam e sustentam o sistema patriarcal de dominação que fomenta as relações de poder e secundariza mulheres, o que aponta a relevância da presente discussão, a qual objetiva caracterizar como os processos de opressão da sociabilidade capitalista atingem mulheres e as leva ao suicídio. A partir de uma reflexão teórica com aporte no materialismo dialético, o estudo aponta a partir de dados secundários, como o sistema capitalista, alavancado pelo ultraneoliberalismo e a necropolítica, aliados ao patriarcalismo e a misoginia, fomentam mecanismos de opressão que podem levar ao processo de automutilação, assim como às tentativas ou suicídio consumados de mulheres. Trata-se de uma temática considerada tabu, visto o mutismo ao referenciar temáticas que façam alusão à morte, contudo trata-se de uma epidemia silenciosa que ceifa mais de 800 mil vidas anualmente e precisa ser discutida no âmbito acadêmico e social. O neoliberalismo agravado pela necropolítica aponta que existem vidas que valem menos e em um país de realidade pobre e desigual como é o caso do Brasil, mulheres pobres e pretas sentem primeiro. Ressalta-se que são as vidas matáveis, as quais são suicidadas pelo sistema opressor, excludente e desigual. Os resultados apontam ainda que o tema precisa ser despertado nos campos científico e social, sobretudo de contribuição no âmbito das Ciências Humanas e Sociais, assim como alcançar protagonismo na sociedade contemporânea.