Os cupins são reconhecidos como engenheiros de ecossistemas, uma vez que modificam o ambiente para obter recursos como alimentos e componentes para os ninhos. Seus ninhos são ambientes propícios para abrigar outros organismos que interagem indiretamente como líquens que crescem nas paredes de cupinzeiros, ou diretamente, como é o caso dos termitófilos. Termitófilos são organismos, principalmente artrópodes, que passam obrigatoriamente ao menos um estágio completo de sua vida dentro dos ninhos de cupins. Esses organismos possuem adaptações morfológicas, comportamentais ou fisiológicas forjadas através de uma longa trilha evolutiva e que permitem a convivência com os hospedeiros. Contudo, as relações ecológicas entre termitófilos e hospedeiros permanecem em sua maioria incógnitas. Com o objetivo de elucidar as relações ecológicas entre termitófilos e hospedeiros, serão apresentadas as principais adaptações à termitofilia, usando como base a família Staphylinidae (Coleoptera), que possui o maior número de espécies adaptadas a este estilo de vida. O ciclo de vida, as principais adaptações e as relações ecológicas de uma nova espécie de ácaro termitófilo foram descritas e discutidas, revelando que o relacionamento ecológico entre essas espécies pode variar de comensal a mutualista, dependendo do nível da análise (indivíduo/colônia). O relacionamento ecológico entre o termitófilo Termitocola silvestri e seu hospedeiro Constrictotermes cyphergaster foi descrito, revelando um relacionamento comensal entre as espécies. Por fim, baseado na capacidade dos cupins de influenciar o desenvolvimento de novas espécies ao logo do processo evolutivo, agindo como uma força seletiva, o termo ``engenheiros de biodiversidade'' será sugerido para se referir a estes animais. Palavras-chave: Simbiose. Ecologia. Termitofilia.