Focos de calor do bioma Mata Atlântica no estado do Rio de Janeiro: uma abordagem de gestão e legislação ambiental

Abstract

Resumo: O objetivo deste trabalho foi avaliar e relacionar os focos de calor na Mata Atlântica do estado do Rio de Janeiro com a gestão ambiental, de modo a proporcionar uma visão holística relacionada à legislação ambiental para assegurar o seu cumprimento no estado. Dados de focos de calor do bioma Mata Atlântica foram obtidos do BDQueimadas no período de 1998 a 2015. A análise descritiva (frequência, média e coeficiente de variação) foi aplicada à série temporal de focos de calor, seguida da análise exploratória (boxplot) nas escalas mensais e anuais. Os resultados mostraram que o estado do Rio de Janeiro apresentou 32.476 focos de calor, com destaque para os anos de 2010, 2011, 2014 e 2016, e que o trimestre de agosto, setembro e outubro é o mais suscetível às maiores ocorrências de focos de calor no estado, devido ao período de baixas precipitações e altas temperaturas. As análises de uso e ocupação do solo mostraram que a cidade de Campos dos Goytacazes apresentou o maior número de focos de calor no estado e que a região Metropolitana concentra a maior quantidade de focos de calor em relação às outras regiões do estado, ao contrário da Costa Verde, que possui o menor registro. A utilização do fogo é uma prática lesiva e passível de punição, conforme assegurado na legislação ambiental, e para que o Rio de Janeiro esteja inserido num quadro de conservação ambiental a gestão pública estadual precisa adotar medidas de monitoramento para o desenvolvimento do estado e a utilização das leis de uso e ocupação do solo em todas as suas cidades. Palavras-chave: incêndios florestais; sensores orbitais; satélites ambientais; políticas públicas.Atlantic Forest biome hotspots in the State of Rio de Janeiro: a management and environmental legislation approach Abstract: This study aimed to evaluate hotspots in the Atlantic Forest of the State of Rio de Janeiro and relate them to environmental management, in order to provide a holistic vision with regard to environmental legislation and ensure that it is followed in the state. Data from Atlantic Forest biome hotspots were obtained from BDQueimadas between 1998 and 2015. Descriptive analyses (frequency, mean and coefficient of variation) were applied to hotspot time series, and then an exploratory analysis (boxplot) was performed in monthly and annual scales. Results showed that the State of Rio de Janeiro had 32,476 hotspots, with an especially high number in

Desertification susceptibility over Rio de Janeiro, Brazil, based on aridity indices and geoprocessing

“…A recent remote sensing study using the Enhanced Vegetation Index 2 (EVI2) for SRJ state has indicated decreasing trends in vegetation cover (Gois et al ., 2016). The trends are linked to the conversion of forest land to activities such as grazing, logging or agriculture (Clemente et al ., 2017).…”

Mapping the Risk of Forest Fires in the Rio Preto National Forest in the Atlantic Forest

“…The Atlantic Forest biome is known worldwide for the fact that its biodiversity is ranked among the richest in the world (DELGADO et al, 2018). However, climate change (ROCHA et al, 2018), increasing human interference (CLEMENTE et al, 2017), and the unbridled exploitation of natural resources have caused much of the biome's original cover to be destroyed over the years (REZENDE et al, 2018).…”

Influência Antrópica E Da Precipitação Na Distribuição Espaço-Temporal De Focos De Calor Na Microrregião De Paragominas, Pará

“…Nos últimos anos, a preocupação com os riscos de queimadas no Brasil tem-se acentuado, especialmente em ecossistemas florestais como o da Floresta Amazônica, por se tratar de um dos principais causadores de alterações na paisagem, bem como inúmeros danos ao meio ambiente, a exemplo das perdas de espécies da fauna e da flora, alterações nas propriedades físico-químicas e biológicas do solo, além de contribuir para o aumento das emissões de gases do efeito estufa, e consequentemente, mudanças climáticas (ABREU; SOUZA, 2016;BITTENCOURT;BAZZAN;LAHM, 2013;CARDOSO;ALMEIDA, 2016;CAÚLA et al, 2015;CLEMENTE;OLIVEIRA JÚNIOR;LOUZADA, 2017).…”

“…De maneira geral, embora seja possível a ocorrência de focos de calor por condições naturais (FERNANDES et al, 2011), são as intervenções humanas as principais causadoras das queimadas no país (CLEMENTE; OLIVEIRA JÚNIOR; LOUZADA, 2017;NASCIMENTO et al, 2017;SANTOS et al, 2019). No bioma amazônico, assim como boa parte do território brasileiro, as queimadas estão diretamente associadas às práticas rudimentares de preparo e limpeza de área subsequentes, em muitos casos, de desmatamento, com o propósito de atender à crescente demanda por terras destinadas às atividades agropecuárias (CAÚLA et al, 2015;LOPES et al, 2017).…”

“…A relação de crescimento inverso existente entre o regime pluviométrico com os registros de focos de calor pode ser observada em diversos trabalhos (CLEMENTE; OLIVEIRA JÚNIOR; LOUZADA, 2017;NASCIMENTO et al, 2017;SANTOS et al, 2019). No entanto, ainda se faz necessário averiguar a distribuição espacial das chuvas e seu efeito sobre a ocorrência de focos de calor, a fim de identificar áreas mais vulnerais a ocorrência de queimadas.…”