Introdução: a doença hepática pode impactar no crescimento e desenvolvimento infantil, além de alterar a rotina das crianças e dos familiares. Objetivo: descrever as habilidades funcionais de crianças/adolescentes com hepatopatias crônicas. Metodologia: estudo seccional, descritivo e exploratório, realizado entre novembro/2018 a março/2020 no Centro Pediátrico de Hepatologia, referência no estado da Bahia, Brasil. Avaliou-se crianças/adolescentes com hepatopatias de seis meses a dezessete anos com fígados nativos (FN) ou transplantados (TxH) em atendimento ambulatorial, com auxílio de seus responsáveis legais. Aplicou-se um questionário para avaliação do perfil clínico e sociodemográfico. As habilidades funcionais foram avaliadas pelo Inventário de Avaliação Pediátrica de Incapacidade Testagem Computadorizada Adaptativa, versão rápida (PEDI-CAT), para os domínios: atividades de vida diária, mobilidade, domínio social e cognitivo, além da responsabilidade para maiores de 6 anos. Resultados: Das 73 crianças e adolescentes avaliadas, 56,2% era do sexo feminino e a maioria 79,5% possuía FN. Cerca de 53,4% e 46,6% tinha mais e menos que 6 anos, respetivamente. Em indivíduos com FN menores de 6 anos, os escores normativos (atividades de vida diária, mobilidade e do social-cognitivo) foram de 60,80±8,49, 58,67±10,63 e 49,13±6,54, respetivamente. Em TxH, foram de 53,00±4,08, 48,00±4,24, e 50,00±2,16, respetivamente. Para as crianças/adolescentes com FN maiores de 6 anos, é acrescido o domínio de responsabilidade, sendo encontrado valores de 51,12±10,71, 37,96±15,75, 39,08±12,69 e 49,84±11,87. Naquelas com TxH, foram encontrados 50,55±8,28, 34,55±22,38, 40,27±11,31, 49,82±8,75. Conclusão: as crianças/adolescentes com hepatopatias crônicas não apresentaram prejuízos em suas habilidades funcionais e se mostraram capazes de aprender e executar suas atividades diárias.