RESUMO O Acidente Vascular Cerebral é a segunda maior causa de mortalidade no Brasil. Com o envelhecimento populacional e hábitos de vidas pouco saudáveis, doenças crônicas nãos transmissíveis são cada dia mais comuns. Seguindo este raciocínio, as comorbidades levam os indivíduos a utilizarem maior quantidade de medicações, podendo surgir interações medicamentosas desde leves a graves ou até fatais. Objetivou-se caracterizar a relação entre estilo de vida, prevalência de doenças crônicas nãos transmissíveis, polifarmácia e interações medicamentosas em pacientes adultos/idosos pós Acidente Vascular Cerebral. A amostra foi composta por 31 sujeitos com alterações de linguagem em decorrência do Acidente Vascular Cerebral. Os dados foram coletados por meio de instrumentos sendo: Questionário auto-referido sobre condições de saúde e estilo de vida para desenvolvimento de acidentes vasculares cerebrais (QSAVI-AVC); Identificação de Doenças Crônicas Autorreferidas; e um último questionário referente ao uso de medicamentos, responsabilidade da prescrição, frequência do uso, forma de apresentação, forma de administração, e obtenção do fármaco. A partir dos dados deste último, foi realizada por meio da plataforma digital drugs.com, análise dos níveis de interações medicamentosas. Os dados qualitativos foram descritos por meio de frequência absoluta (n) e relativa (%), e os quantitativos por meio de média e desvio padrão. As correlações entre as variáveis foram avaliadas pelo coeficiente de correlação de Pearson e Spearman. A prevalência na amostra foi de sujeitos do gênero masculino (51,6%), com renda familiar média de 4,4 salários mínimos, com prevalência da população maior de 60 anos (51,6%) e média de idade de 59,7 anos. Quanto ao estilo de vida e risco de Acidente Vascular Cerebral, a média do escore total foi de 87,4. Dentre as doenças crônicas autorreferidas, a média foi de 5,4 doenças por sujeito, sendo dislipidemia (77,4%) a mais prevalente, seguida pela hipertensão arterial (72,4%), sobrepeso/obesidade (64,5%), depressão (48,4%) ansiedade (41,9%), diabetes mellitus e doenças cardiovasculares (35,5%). No total, 68 medicações distintas foram citadas, com média de consumo de medicações distintas ao dia de 6,6 medicamentos, com prevalência de polifarmácia em 74,2% nos participantes. Por meio das 68 interações citadas, foram obtidas 307 interações medicamentosas, sendo que 19% eram de interações leves, 72% interação moderada e 9% interações altas. Quanto ao maior nível de interações medicamentosas por sujeito, 10% não apresentavam interações, 3% interações leves, 39% moderadas e 48% altas. Diante dos resultados, conclui-se que não houve relação estatisticamente significante entre valor do QSAVI-AVC e doenças crônicas não transmissíveis e número de medicamentos utilizados, em contrapartida, observou-se valor de significância entre índice de massa corporal e valor QSAVI-AVC, índice de massa corporal e número de medicamentos, número de medicamentos e grau de interação medicamentosa, e doenças crônicas não transmissíveis e ...