A qualidade da alimentação está relacionada ao ganho de peso gestacional, bem-estar materno e desenvolvimento fetal, sendo assim, o presente trabalho objetivou investigar o índice de qualidade da dieta de gestantes de alto risco. Estudo descritivo, transversal e natureza quantitativa, com gestantes de alto risco acompanhadas no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HCUFPE), realizado de agosto a novembro de 2020. A amostragem realizada por conveniência sendo incluídas todas gestantes de alto risco elegíveis para pesquisa. Foram coletados dados socioeconômicos, demográficos, clínicos, obstétricos e antropométricos. A ingestão dietética obtida pelo recordatório alimentar de 24h, cuja análise resultou no índice de qualidade da dieta adaptado para gestantes (IQDAG), onde maiores escores indicam melhor padrão alimentar. Para análise estatística foram utilizados testes Exato de fisher, Qui-Quadrado de Pearson e Kruskal-Wallis, com nível de significância de 5%. A amostra constituída por 126 gestantes, que apresentaram pontuação média do IQDAG de 50,9±14,8. Observou-se maiores escores nas gestantes de maior idade, escolaridade e renda familiar, empregadas, que iniciaram a gestação eutróficas e com síndromes hipertensivas na gestação. Exceto o grupo das leguminosas, a adequação dos demais componentes foi inferior a 50% na maioria da amostra. A ingestão de ultraprocessados apresentou forte correlação inversa com o IQDAG (-0,674), presente em grande quantidade na dieta das gestantes com menores pontuações. A avaliação da qualidade alimentar pelo IQDAG apresentou alto consumo de ultraprocessados, baixa ingestão alimentar de nutrientes essenciais como folato, ferro, fibra, ômega 3 e porções inferiores ao recomendado de hortaliças e frutas frescas.