Caros leitores, quisera eu não queria retomar essa temática em meus editoriais, contudo, nesse momento foi, para mim, muito difícil ignorar o que se está vivendo e não me manifestar. Considerando inúmeros acontecimentos nesses tempos de pandemia a dimensão do respeito, da tolerância e das relações éticas parecem ter desaparecido do conjunto da sociedade. As vozes pacificadoras parecem ser alvo de ironias pra não dizer, talvez, até sarcasmos. Parece que diferentes grupos precisam, a todo (e qualquer) custo se afirmarem como sendo os detentores da sabedoria e da verdade sobre os seres humanos e suas relações, sejam elas quais forem. Parece que nossa sociedade, dividida em “nichos” (partidarizados, ou não), se afirma por antagonismo, ao se contrapor ao outro (seja ele quem for). Nesses “nichos”, estabelecem o necessário para sobrevivência e também para a proliferação dos seres que neles habitam e deles se nutrem num mesmo ideário, um fundamentalismo enviesado e medíocre, rasteiro e subserviente a princípios anacrônicos que envolvem as mentes retrógradas.