Este artigo tem como objetivo refletir sobre a contribuição do cuidado de si para a ressignificação da prática docente no panorama atual de isolamento social ocasionado pela pandemia do coronavírus. Traremos algumas noções acerca das práticas do cuidado de si do período helenístico e romano dos séculos I e II d. C, para refletir sobre o isolamento social e explicitar como as referidas práticas podem contribuir para saúde de si mesmo no momento em que a biopolítica age sobre os corpos docentes como se fossem máquinas, para ampliar as suas aptidões e extorquir suas forças. Para refletir sobre a estética da existência e o cuidado de si como um modo de dar contornos éticos à existência de uma forma bela, utilizamos Foucault (2011; 2018), Veiga-Neto (2003; 2016), Hadot (2004), Gallo (2008; 2013), Pagni (2011; 2012), dentre outros. As práticas de si podem contribuir para lidar melhor com a situação pandêmica, pois somente com o cuidado de si podemos cuidar do outro, ao proporcionar melhores condições físicas e mentais para o enfrentamento de um contexto adverso no qual as novas metodologias educacionais foram subitamente inseridas na vida dos docentes que tiveram que se reinventar no cenário contemporâneo de crise.