“…Para além destas variáveis, as representações construídas na infância (i.e., os modelos operantes internos do self e relações) serão atualizados, não apenas por eventuais alterações nas condições de vida, como pela revisão de representações passadas, (re)interpretadas agora à luz de novas competências cognitivas, como a "teoria da mente", e, mais tarde, pelo acesso ao pensamento formal (Machado, 2003), que permite novas formas de reanalisar experiências anteriores (Arranz, Artamedi, Olabarrieta, & Martín, 2002). Porém, os padrões inseguros de vinculação podem desencadear mecanismos defensivos que induzem exclusões de informação, e/ou incapacidade para integrar diferentes tipos de informação acerca das experiências vinculativas (Al-Yagon, Kopelman-Rubin, Klomek, & Mikulincer, 2016;de vries, Hoeve, Stams, & Asscher, 2016), num processo que "alivia o self da culpa, e do autoconceito negativo" (de vries et al, 2016). Como as vinculações inseguras levam a maior relutância em partilhar experiências com os pais, menor monitorização, e menor comunhão de vivências, o afastamento/rejeição torna-se, para esses, mais provável, mesmo que os próprios (i.e., filhos e pais) não se apercebam a priori.…”