Como contribuição a um projeto de pesquisa abrangente de modelos análogos a reservatórios fraturados (Projeto Modres), foram realizados ensaios geoelétricos nos arenitos do Grupo Itararé, Bacia do Paraná. O principal objetivo deste estudo consiste em determinar as respostas de resistividade dos arenitos fraturados do Grupo Itararé. Particularmente interessa a detecção de fraturas e seu comportamento hidráulico (atuando como barreiras ou condutos) influenciando a resistividade, e, neste contexto, apresenta uma nova contribuição ao entendimento do Grupo Itararé. A área de estudo envolve a Fazenda Rivadávia, localizada perto do Parque Estadual de Vila Velha. Geologicamente a área é formada por rochas da Formação Campo Mourão, Grupo Itararé, Bacia do Paraná, sendo representadas por uma porção sedimentar arenosa chamada informalmente de Arenitos Lapa-Vila Velha. O levantamento de campo foi realizado sobre uma malha com quinze linhas paralelas e distanciadas 10 metros. Vários espaçamentos foram utilizados no arranjo dipolo-dipolo, incluindo 5, 10, 20, 30 e 40 metros. O processamento dos dados iniciou-se com a plotagem em pseudo-seções de resistividade aparente, seguida da geração das seções modelos de resistividade através de inversão 2D. Os resultados obtidos permitem correlacionar os valores de resistividade com diversas feições geológicas, mais especificadamente com a geometria das camadas e o contato entre litologias diferentes. De maneira geral, foi observado que o condicionamento estrutural, representado pelas fraturas, influenciam os valores de resistividade. Altos de resistividade foram correlacionados a fraturas mapeadas, possivelmente indicando que estas se encontram fechadas, enquanto que baixos podem indicar fraturas mais abertas, maior porosidade e com conseqüente maior facilidade de percolação de água. Os resultados mostram valores muito altos (milhares de Ohm.m), até certo ponto distribuídos de forma uniforme, mesmo nos níveis mais arenosos, indicando que a permeabilidade dos arenitos é muito baixa.