Introdução: A cobertura de falhas cutâneas com retalhos livres e rotacionais é uma proposta estabelecida de tratamento, principalmente com o aumento da capacidade técnica e de instrumentais. Existe uma grande variedade de retalhos descritos, e apesar do esforço para reduzir os erros de técnica, as taxas de complicações ainda são altas. Estas complicações dependem de fatores inerentes ao paciente, à cirurgia e ao manejo pós-operatório. Este estudo propõe elucidar a população submetida a tratamento de falha de cobertura com retalhos livres, rotacionais e de avanço, tal como a taxa de complicação e necessidade de reabordagem. Métodos: Estudo retrospectivo baseado em dados de prontuário de pacientes submetidos a tratamento cirúrgico de falha de cobertura com retalhos livres e rotacionais no período de janeiro de 2015 a dezembro de 2021 em um hospital terciário. Resultados: A taxa de reoperação global foi de 68,8%, sendo 85,7% nos retalhos livres e 57,8% nos retalhos de rotação (p<0,001), com diferença estatística para tempo de internação (p=0,001) e tempo cirúrgico (p<0,001), sem diferença para tamanho da falha (p=0,458). A taxa de falha global dos retalhos foi de 16,9%, sendo 23,8% nos retalhos livres e 12,5% nos retalhos de rotação (p=0,032). A falha do retalho apresentou diferença estatística para o tamanho da falha (p=0,004), tempo cirúrgico (p=0,040) e tempo de internação em dias (p=0,015). Conclusão: a taxa de falha dos retalhos e de reoperação são consistentes com os dados da literatura. As comorbidades podem ser controladas por equipes multidisciplinares de forma a não influenciarem no resultado pós-operatório.