Derrames de óleo e derivados causam impactos sobre a vida aquática, atingindo também atividades socioeconômicas, como a pesca e o turismo. As Cartas de Sensibilidade ao Óleo são instrumentos para orientação à resposta em casos de acidentes, uma vez que fornecem subsídios necessários à tomada de decisões de contingência. Contudo, a atual metodologia destas Cartas é desenvolvida para ambientes costeiros e marinhos. Rios e regiões estuarinas possuem características distintas, as quais não são consideradas na classificação. Este trabalho desenvolveu um índice de sensibilidade ao óleo para ambientes fluviais, aplicado à região do delta do Rio Jacuí, Rio Grande do Sul (Brasil), local de considerável tráfego de embarcações que transportam derivados de petróleo para o Polo Petroquímico de Triunfo. A metodologia aplicada consistiu na identificação e adaptação de métodos específicos para o ambiente fluvial e definição dos critérios de sensibilidade aplicados na classificação. As principais variáveis consideradas foram declividade/substrato da margem e tipo de vegetação associada, já que estas interferem diretamente no comportamento do óleo. O índice desenvolvido classificou as feições em um índice (ISLF) com 10 classes específicas de sensibilidade ao óleo, divididas em dois grupos: sem vegetação e margens vegetadas, sendo estas divididas conforme a importância ecológica e o porte. O índice desenvolvido contribui para a discussão sobre o aperfeiçoamento deste tipo de classificação, tornando-a mais adequada para os ambientes fluviais e deltaicos, tendo, ainda, potencial para contribuir na discussão sobre a gestão de contingência à incidentes com óleo no país.