Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2015 Risco de fadiga prematura, percepção subjetiva de esforço
IntroduçãoRisco de fadiga prematura, percepção subjetiva de esforço e estratégia de prova durante uma corrida de 10 km CDD. 20.ed. 796
ResumoO objetivo do estudo foi verifi car as modifi cações na estratégia de prova frente às alterações do risco de fadiga prematura e da percepção subjetiva de esforço (PSE) em corredores durante uma corrida de 10 km. Participaram do estudo 55 corredores com tempo nos 10 km de 41:39 ± 3:52 min:s. A estratégia de prova e a PSE foram avaliadas a cada quilômetro. O risco de fadiga prematura foi determinado pelo produto entre a PSE e a distância restante de prova e a estratégia de prova foi determinada pela curva da velocidade e distância. A ANOVA de um caminho para medidas repetidas foi utilizada para determinar as diferenças na velocidade, PSE e risco de fadiga a cada quilômetro e entre a velocidade a cada quilômetro e a velocidade média da prova. O coefi ciente de correlação de Pearson foi calculado entre a PSE e o risco de fadiga prematura com a velocidade. A velocidade do primeiro quilômetro foi 8,1% maior do que a média (p ≤ 0,001). A velocidade diminuiu gradualmente ao longo da prova, ocorrendo um novo aumento no décimo quilômetro. A PSE aumentou linearmente ao longo da prova e o risco de fadiga diminuiu signifi cantemente após o terceiro quilômetro. Houve forte correlação negativa entre a PSE e a velocidade desenvolvida durante a prova (r = -0,80; p = 0,006). Foi observada uma correlação moderada negativa entre o risco de fadiga prematura e a velocidade (r = -0,57; p = 0,04). Com isso, os achados do presente estudo sugerem que a PSE parece ter importante papel sobre os ajustes da velocidade ao longo da prova, sendo que o aumento da velocidade observado no último quilômetro pode estar associado ao baixo risco de fadiga prematura.PALAVRAS-CHAVE: Desempenho atlético; Consumo energético; Tolerância ao exercício; Fadiga.Os ajustes constantes de velocidade durante uma corrida são denominados estratégia de prova 1-3 e têm sido considerados fatores determinantes para o sucesso de atletas em provas de média e longa distâncias 2,4 . Dentre as diferentes estratégias observadas 2,5 , acreditase que a mais e caz é aquela em que o atleta é capaz de regular seu gasto energético para prevenir a fadiga prematura e realizar a prova no menor tempo possível [6][7] . Para isso, um controle e ciente da intensidade do esforço e da estratégia ao longo da prova é necessário.Tem sido proposto que o controle da estratégia de prova é realizado a partir de alterações em fatores siológicos e psicológicos, as quais são ajustadas momento a momento durante a prova [8][9][10][11] . Estas alterações induzidas pelo exercício podem ser expressas conscientemente pela escala de percepção subjetiva de esforço (PSE). De fato, a PSE tem sido apontada como uma importante ferramenta no controle da estratégia de prova [12][13][14][15] . Durante uma corrida os atletas comparariam a PSE esperada para aquele determinado ...