From racial to linguistic social divisions: Coloniality in contemporary Maputo

Abstract

Inspired by Bourdieu's work, this study draws on multidisciplinary datasets to unravel the role of language and symbolic power for retaining social hierarchies and crafting ‘distinctive’ selves in postcolonial times. Showcasing Mozambique's capital city of Maputo, the study relies on censuses from the period 1980 to 2017, historical data, interviews and metadiscursive reflection to problematize how education can serve as an instrument to effectively inscribe a certain social order in people's minds and bodies that can lead to an unconscious acceptance of social differences and hierarchies, to ‘a sense of one's place’. Probing into complex temporal and spatial co‐presences, the paper highlights the role that education has played in promoting ideas central to the divisive dynamics of Portuguese and how social distinctions that were obviously more overtly racial in colonial times have become more covert and have found more fine‐grained linguistic expression and perpetuate conditions of coloniality in contemporaneity.

Combate à pandemia do Coronavírus: o dilema da comunicação vertical em sociedades multilingues - o caso de Moçambique

“…(GONÇALVES, 2010, p. 31) Uma análise baseada nos dados do censo feito pelo Instituto Nacional de Estatística Moçambicano, referente aos períodos de 1980-2017, mostra que as línguas locais africanas continuam a ser largamente usadas em Moçambique. A nível nacional, o emakhwua é a maior língua materna, seguida do português e do xichangana (REITE, 2021;INE, 2019, CHIMBUTANE, 2012FIRMINO, 2002). Apesar do crescente uso das línguas locais africanas, essas línguas ainda não possuem a visibilidade e o estatuto que o Português possui no país (GUISSEMO, 2018, p. 12), sendo as línguas locais africanas usadas, principalmente, na comunicação intra-étnica.…”

“…No âmbito da temática em torno da coexistência de línguas na África, o presente artigo discute a convivência entre as diversas línguas locais africanas faladas em Moçambique, como línguas maternas de grande parte dos cidadãos, com o Português, língua excolonial e única língua oficial no país. Este artigo pretende contribuir com os debates sobre a gestão do multilinguismo no contexto sociolinguístico moçambicano (STROUD, 2002;LOPES, 2004;FIRMINO, 2002FIRMINO, , 2010FIRMINO, , 2011GUISSEMO, 2017;GUISSEMO, 2018;REITE et al, 2020;REITE, 2021), em que o principal objetivo é discutir o processo dinâmico associado ao multilinguismo, considerando-se a possibilidade de diferentes línguas serem institucionalizadas na sociedade moçambicana.…”