RESUMO
OBJETIVO.Avaliar o conhecimento sobre sexualidade, métodos contraceptivos e doenças sexualmente transmissíveis (DST) entre adolescentes do sexo feminino, das zonas rural e urbana, de uma escola pública. MÉTODOS. Estudo transversal, realizado com 506 meninas, com idades entre 10 e 16 anos, da Escola Dr. Roberto Feijó, em Guararema, SP. Utilizou-se questionário semi-estruturado, contendo perguntas gerais sobre sexualidade e métodos de prevenção de gravidez e DST. O teste do Qui-quadrado foi usado para verificar a associação entre as variáveis. RESULTADOS. A média de idade da população adolescente da escola proveniente da área rural foi 13 anos e 11 meses e da área urbana foi 13 anos e 7 meses, não havendo diferença estatística entre as médias. Trinta e um por cento eram provenientes da zona rural e 69% da urbana. As jovens da zona rural buscaram mais informações sobre a sexualidade (81,2%), comparadas com as da zona urbana (72,2 %) (p<0,0568), e a principal fonte de informação foram os pais nas duas regiões. A camisinha foi o método contraceptivo mais conhecido pelas adolescentes em ambas as áreas, 44% a conheciam na zona rural e 45% na urbana (p=0,0022). A Aids é a DST mais conhecida nos dois grupos; 43% das jovens da zona rural e 39% da zona urbana referiram conhecer a doença (p=0,7843). CONCLUSÃO. A maioria das adolescentes buscou informações sobre sexualidade, mas os conhecimentos sobre doenças sexualmente transmissíveis e contracepção são inadequados. 6 . Existem vários fatores importantes que podem influenciar de modo adverso a saúde sexual e reprodutiva da adolescente, comprometendo o seu processo natural de crescimento e desenvolvimento, entre os quais pode-se citar a gravidez precoce, muitas vezes indesejada, as doenças sexualmente transmissíveis (DST), os acidentes, a violência, os maus tratos, o uso de drogas e a evasão escolar 7,8 . A sexualidade é, portanto, elemento significante na formação da identidade da adolescente, manifestada por múltiplas identificações, como da imagem corporal, da descoberta do outro como objeto de amor ou desejo e da descoberta de si e das relações com os familiares, grupos e profissionais 9 . Embora o exercício da sexualidade seja considerado uma conduta simples e cotidiana, é muito complexa e permeia aspectos cognitivos que vão desde os mais primitivos (sensoriais) até esquemas de representação mais complexos, que envolvem a linguagem corporal, facial e outros sistemas de sinais. Há, ainda, os aspectos culturais, extremamente relevantes, também imbricados na formação e no exercício da sexualidade humana. Apesar da importância do tema para a formação integral da adolescente, existem poucos estudos no Brasil a esse respeito e, na prática diária da profissão, os pediatras estão pouco afeitos a tratar da questão da sexualidade. Por outro lado, nesta época aflora a temática da sexualidade 10 . Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o conhecimento das adolescentes sobre sexualidade, métodos contraceptivos e doenças sexualmente transmissíveis em uma escola pública, ...