Este artigo desenvolve uma compreensão original do amor erótico como modo de ser, experiência vivida distinta da paixão e do sexo. Através de citações literárias, explora as condições de possibilidade do amor manifesto por sua ênfase, em diálogo aberto com referências filosóficas da tradição fenomenológica, e por sua privação, à luz das patologias do amor como derivadas de paixão e sexo: o enamoramento e a perversão sexual. O amor e suas patologias são dialeticamente relacionados com os processos vividos do amadurecimento, dos pontos de vista da psicopatologia fenômeno-estrutural e da literatura. Na sequência, o orgasmo e a arte são apresentados como expressões do amor. Conjectura-se, ainda, a possibilidade de uma terapêutica às patologias do amor por meio da abertura intersubjetiva ao amor; e, por fim, assinala-se o amor vivido, enquanto experiência dual de aprofundamento intercorporal, como superação antropológica do dualismo.