Visando ampliar o conhecimento sobre diversidade de fungos conidiais, 10 folhas mortas de três indivíduos de C. melchiorii e de C. nemorosa foram coletadas bimestralmente na Serra da Jibóia, Bahia, no período de outubro/2005 a junho/2006. As folhas foram lavadas em água corrente e mantidas em câmara-úmida durante 30 dias. As estruturas fúngicas foram retiradas para estudo morfológico. Foram identificados 79 táxons de Ascomycota na forma anamórfica. Destes, 78 são hifomicetos e um celomiceto. Do total, 87% ocorreram sobre C. melchiorii e 55% sobre C. nemorosa. A maioria dos fungos apresentou freqüência esporádica e constância acidental. As espécies mais freqüentes foram: Beltrania rhombica Penz., Chaetopsina fulva Rambelli, Dactylaria ficusicola Paulus, Gadek & Hyde, Verticillium theobromae (Turconi) Mason & Hughes e Volutella sp. 1 (sobre C. melchiorii) e Atroseptaphiale flagelliformis Matsush., Pseudobeltrania sp., Zygosporium gibbum (Sacc., Rousseau & Bommer) Hughes, Verticillium theobromae (Turconi) Mason & Hughes e Volutella sp. 1 (sobre C. nemorosa). A similaridade de fungos entre as duas espécies de Clusia atingiu 60% e 11 táxons foram constantes nos dois hospedeiros: Atrosetaphiale flagelliformis, Beltraniella portoricensis (Stevens) Piroz. & Patil, Chalara alabamensis Jones & Ingram., Cryptophiale kakombensis Piroz., Parasympodiella laxa (Subram. & Vittal), Speiropsis scopiformis Kuthub. & Nawawi, Thozetella cristata Piroz. & Hodges, Umbellidion radulans Sutton & Hodges, Verticillium theobromae, Volutella sp. 2 e Zygosporium gibbum. Os dados mostram que o folhedo produzido por C. melchiorii e C. nemorosa, na Serra da Jibóia, é rico em fungos conidiais. Esses fungos, como decompositores, são importantes para a dinâmica do ecossistema estudado.