Investigar a relação entre a internacionalização das empresas e a riqueza de seus acionistas.Método: A seleção da amostra foi realizada na Base de dados da Economática, considerando empresas brasileiras listadas na B3. O critério utilizado para identificar uma empresa multinacional foi a medida do grau de internacionalização DOI (UNCTAD 1995), utilizada pela Fundação Dom Cabral. O período de análise considerado neste trabalho foi de 2006 a 2013. Utilizou-se regressão com dados em painel.Originalidade/Relevância: Uma das razões que leva as empresas a investirem no exterior é a busca por eficiência, a fim de gerar retorno para os seus proprietários. Portanto, surge a oportunidade de avaliar se a expansão internacional exerce influência sobre o aumento do valor da empresa das multinacionais de economias em desenvolvimento, sob a premissa de que, ao se internacionalizar, as empresas não só expandem o mercado em que atuam, mas passam a lidar com contextos diferentes daqueles apresentados às empresas domésticas, o que pode também influenciar na riqueza dos acionistas.Resultados: Identificou-se que quanto maior o grau de internacionalização das empresas, maior o valor adicionado aos seus acionistas. Este resultado sugere que a decisão de internacionalizar pode aumentar a riqueza do acionista e, portanto, deve ser almejada pelos gestores.Contribuições teóricas/metodológicas: Especificamente, foi estimado que em média anual a riqueza dos acionistas aumenta 219,1% para cada aumento de 1% no grau de internacionalização. Este resultado sugere que os acionistas percebem que seu retorno aumenta no caso das empresas se diversificarem investindo seu capital em ativos direcionados para mercados internacionais. Pode-se inferir que o mercado percebe que sua riqueza aumenta com o nível de caixa, investimento adicional em caixa, incremento em juros, dividendos e financiamento líquido. Ao contrário, o mercado considera que o aumento de endividamento reduz sua riqueza.Contribuições sociais / para a gestão: Contribuir com conhecimentos práticos e teóricos sobre mercado de capitais na sociedade. Pretende-se orientar gestores na tomada de decisões sobre o conflito de agência entre acionistas e administradores.