Objetivou-se classificar e estimar os fatores associados ao risco gestacional em mulheres atendidas para o parto pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Estudo transversal com entrevista e consulta ao cartão da gestante e ao prontuário hospitalar de 607 puérperas residentes em município do Estado do Paraná, Brasil. O risco gestacional foi classificado segundo critérios do programa Rede Mãe Paranaense - RMP e a associação com características maternas foi realizada por meio de análise de regressão logística. Das puérperas, 50,9% tiveram gravidez classificada como de risco habitual, 5,8% risco intermediário e 43,3% alto risco. Para classificação do risco, o tabagismo (12,7%), a raça negra (11,4%), os distúrbios hipertensivos (9,6%) e a infecção do trato urinário de repetição (8,4%) foram as condições mais frequentes. A reação paterna negativa à gestação (ORaj=1,71), o IMC pré-gestacional elevado (ORaj=1,67) e ter tido duas ou mais gestações anteriores (ORaj=1,85) foram independentemente associados ao alto risco gestacional. Para prevenir complicações na gestação, a equipe de saúde deve considerar os fatores modificáveis, como o tabagismo, hipertensão, infecção de trato urinário e também não modificáveis, como raça/cor negra, história de IMC pré-gestacional elevado e reação negativa do pai da criança à gestação.