INTRODUÇÃO: As políticas de saúde mental são direcionadas para todos os serviços que atendem pessoas que vivenciam transtornos mentais e uso prejudicial de álcool e outras drogas. Faz-se importante compreender se tais prerrogativas estão presentes em clínicas particulares de internação psiquiátrica. OBJETIVO: Analisar concepções sobre internações psiquiátricas em uma clínica privada a partir de comentários publicados no Google, com foco no alinhamento dessas instituições às políticas de saúde mental. MÉTODO: Pesquisa qualitativa do tipo documental, com análise de comentários publicados no Google e de descrições disponíveis no site da clínica. RESULTADOS: Foram analisados 24 comentários do Google, organizados em duas categorias principais: comentários positivos e negativos. A análise dos comentários positivos possibilitou a subcategorização de três temáticas. Por sua vez, a categoria sobre comentários negativos se compôs de quatro subcategorias. Contradições estiveram presentes no site da clínica, que descreve conceitos relacionados ao modelo manicomial, como “tratamento”, “combate” e “dependência química”, ao mesmo tempo em que remete a uma abordagem “inovadora e humanizada”. DISCUSSÃO: As informações analisadas demonstram a necessidade da clínica em aderir aos princípio da Lei 10.216/2001 e da RAPS. É urgente a criação de serviços para evitar que as internações ocorram e se efetive a finalidade da RAPS, de criar, articular e ampliar os pontos de atenção em saúde mental. CONCLUSÃO: Essas informações evidenciam a fragilidade da RAPS em contraposição à centralidade da internação psiquiátrica nesta região. Os dados analisados sugerem a realização de novos estudos, mais aprofundados, com pessoas que estão ou estiveram internadas nessas instituições privadas.