RESUMO: "Efeito do extrato, frações e da 2,3-diidromiricetina-3-O-α-L-raminosídeo obtidos da Pradosia huberi (Ducke) Ducke em artéria mesentérica isolada de rato". Pradosia huberi (Ducke) Ducke (Sapotaceae), espécie Amazônica popularmente conhecida como "casca-doce" é utilizada na medicina tradicional no tratamento de gastrite. O extrato etanólico de suas cascas é rico em polifenóis que podem apresentar um grande número de atividades, incluindo efeito vasorelaxante e cardioprotetor. O objetivo deste estudo foi avaliar as propriedades farmacológicas do extrato etanólico (EPH), de frações e da 2,3-diidromiricetina-3-O-α-L-raminosídeo isolados de P. huberi, em artéria mesentérica isolada de rato. O EPH foi fracionado resultando nas seguintes frações: CHCl 3 , CHCl 3 :AcOEt (1:1), AcOEt, AcOEt:MeOH (1:1) e MeOH. Da fração MeOH foi isolada a 2,3-diidromiricetina-3-O-α-L-raminosídeo e identificada através de espectro de RMN de 1 H e 13 C, além de comparações com os dados de literatura. EPH (1-100 μg/mL) promoveu relaxamento dependente de concentração no tônus vascular induzido por 10 μM de fenilefrina (CE 50 =17,1±2,9 µg/ mL; E max =87,4±2,9 %, n=8). A fração MeOH também relaxou os anéis mesentéricos (CE 50 =31±2,0 µg/mL; E max =54±12,5%, n=6), porém com menor eficácia quando comparado ao efeito de EPH. Unitermos: Pradosia huberi, artéria mesentérica, vasodilatação, endotélio dependente, 2,3-diidromiricetina-3-O-α-L-raminosídeo, floresta amazônica.ABSTRACT: Pradosia huberi (Ducke) Ducke (Sapotaceae), an Amazonian species, is popularly known as "casca-doce" and used in the folk medicine for the treatment of gastritis. The ethanol extract of the bark contains mainly polyphenolic compounds, which are known to show a large number of activities, including cardioprotective and vasorelaxant effects. The aim of this study was to evaluate the pharmacological properties induced by P. huberi ethanol extract (PHEE) and fractions and 2-3-dihydromyricetin-3-O-α-L-rhamnoside derived from this extract, in isolated rat mesenteric arteries. PHEE was separated and the following fractions were obtained: CHCl 3 , CHCl 3 :AcOEt (1:1), AcOEt, AcOEt:MeOH (1:1) and MeOH. We isolated 2-3-dihydromyricetin-3-O-α-L-rhamnoside from the MeOH fraction, which was identified by 1 H and 13 C NMR spectra and compared with data in the literature. PHEE (1-100 μg/mL) induced concentration-dependent relaxations of 10 μM phenylephrine-induced tone (EC 50 =17,1±2,9 µg/mL; E max =87.4±2.9 %, n=8). The MeOH fraction also relaxed mesenteric rings (EC 50 =31±2.0 μg/mL; E max =54±12.5%, n=6) but less effectively when compared to PHEE. Both effects were completely abolished after removal of the vascular endothelium. The AcOEt:MeOH (1:1) fraction and the isolated flavonoid were ineffective in eliciting vasorelaxation. The study demonstrates that PHEE and MeOH fraction of Pradosia huberi possess a vasorelaxant effect, which may be completely dependent upon endothelium. The isolated flavonoid is not responsible for this vasorelaxant effect.