Desde o final do século XX tornou-se extremamente comum que os países com uma exploração significante de gemas, cataloguem e divulguem as propriedades de suas gemas para diversos fins, como por exemplo mercadológicos, acadêmicos ou criminalísticos. No Brasil, existe uma defasagem nesse aspecto; muitas ocorrências minerais não têm suas propriedades gemológicas tabeladas, tampouco divulgadas. Além disto, as propriedades de minerais usados como gemas podem auxiliar ou até mesmo revelar novos aspectos acerca da evolução geológica da região onde um mineral foi encontrado. Este estudo visou à caracterização gemológica de ametistas de Quixeramobim (CE), no qual foram utilizados os equipamentos usuais da gemologia, como: refratômetro, dicroscópio, espectroscópio, polariscópio, balança hidrostática, lâmpada fluorescente e microscópio gemológico. As ametistas de Quixeramobim têm as características padrão das ametistas de diferentes lugares do mundo, porém a abundância de inclusões fluidas e sólidas com orientação requer estudos mais aprofundados. Com exceção desta peculiaridade, as ametistas não possuem anomalias; diferente das ametistas de Santa Quitéria, também do Estado do Ceará, que têm como característica anômala uma birrefringência muito elevada. Isto demonstra a importância da caracterização gemológica não apenas em nível estadual/regional, mas também em escala Municipal, pois em um mesmo Estado podem haver algumas ocorrências do mesmo mineral, mas com características contrastantes. Logo, é importante caracterizar as ocorrências em diferentes contextos geológicos, pois o ambiente de formação interfere nas propriedades dos minerais.