“…Em Portugal, as questões de Género são, muito tardiamente, abordadas quando analisado o cenário internacional. Só, na segunda metade da década de 90, é publicado o primeiro artigo acerca das mulheres, na Arqueologia portuguesa, por Vítor Oliveira Jorge e Susana Oliveira Jorge, que identificam quatro etapas fundamentais nesta História (Jorge & Jorge, 1996), à qual, hoje, têm que se somar os papeis das gerações Millenials e Geração Z. Nas duas primeiras décadas do século XXI, é crescente o número de publicações sobre o papel das mulheres na Arqueologia Portuguesa, que como previsível, é tratado fundamentalmente, mas não exclusivamente, por autoras (Thébaud, 1996;Diniz, 2006;Maffía, 2006;Gomes, 2015), mas menos frequentes são os textos que abordam o papel das mulheres nas sociedades passadas (Diniz, 2006). A primeira periodização proposta em 1996 (Jorge & Jorge 1996), é actualizada (Bugalhão, 2017) e são apresentadas as primeiras análises quantitativas e explorados os trajetos de figuras pioneiras -ainda excepcionais ao longo dos anos 50 e 60, entre as quais se destacam Maria de Lourdes Costa Arthur, Irisalva Moita (Bugalhão, 2013(Bugalhão, , 2017Martins 2016;Bastos & Almeida 2019), a muito breve carreira arqueológica da medievalista Virgínia Rau (Melo & Cardoso, 2014;Fernandes, 2017), ou a acção de uma estrangeira como Vera Leisner (Boaventura, 2017).…”